Na manhã desta segunda-feira, 17, o Comitê Interinstitucional de Segurança na Escola (grupo criado para debater formas de manter a paz nas unidades escolares após as ameaças de massacre) promoveu uma coletiva de imprensa. No auditório da secretaria de educação, cultura, ciência e tecnologia, reuniram-se representantes da educação municipal, estadual e federal, além das forças de segurança da Polícia Civil, Militar e Guarda Municipal. O grupo esteve à disposição da imprensa local para responder questões sobre os casos de violência na escola e as ameaças à segurança de toda a comunidade escolar.
Após os representantes da educação explanarem os trabalhos desenvolvidos dentro das salas de aula (que envolvem conscientização e acompanhamento psicológico), o delegado Irineu Andrade apresentou um panorama do monitoramento já feito pela Polícia Civil. Segundo ele, muitos dos registros feitos atualmente são situações que já existiam, como ameaças feitas por bilhetes, inscrições em paredes e carteiras e até enfrentaremos diretos a professores e servidores. Sobre as ameaças realizadas nas redes sociais, o delegado afirma que o Ministério da Justiça realiza um trabalho de rastreamento com muita eficiência, identificando autores e buscando intercepta-los. Para o delegado, a ideia de anonimato que a internet passa para alguns é falsa e os criminosos serão sempre identificados.
Irineu Andrade afirma ainda que, de acordo com as investigações feitas, não há um comando centralizado e organizado dessas ações. Elas são atos isolados. “Não existe um exército de malucos soltos por aí promovendo terror. Por isso, quando pais nos perguntam se devem continuar mandando os filhos para a escola a minha resposta é sempre ‘sim’. Nós não podemos deixar o crime moldar as nossas ações. Se isso acontecer a sociedade está fadada ao colapso”, concluiu o delegado.
Irineu ainda falou sobre a preocupação de que indivíduos que praticam essas ameaças nas redes sociais sejam identificados por crimes organizados e sofram retaliações. “O crime organizado visa lucro e ações descoordenadas como essas acabam atrapalhando por atrair a polícia e criar o caos”, explicou ele.
Sobre as medidas de precaução que devem ser tomadas, o grupo foi unânime. De acordo com o secretário Fábio Viana, “a escola é um reflexo da nossa sociedade. Se existe violência na escola, é porque vivemos em uma sociedade violenta”. Por isso, o comitê concorda que, muito além do trabalho que as escolas sempre ofereceram e que agora foram intensificados, é preciso que a família cumpra com o seu papel na educação dos seus filhos. “A gente pede aos pais mais atenção com seus filhos. Atenção às mochilas, aos celulares, aos vínculos que criam. Atenção ao bulling, às razões de sofrimento. Conversem com seus filhos. A gente está à disposição da comunidade, realizando rondas diuturnos, mas precisamos trabalhar em conjunto para construirmos a paz social em toda região”, disse o Major Alécio, representante da 8ª CIPM.
A live debateu ainda formas de aumentar a segurança dentro da escola, tipos de punições para crimes que vão desde de disseminação de fake News, passando por ameaças e atos de violência, e a necessária ligação entre família e escola para identificar suspeitos e seus possíveis transtornos, além de, juntos, serem capazes de formar cidadãos de bem e construir uma cultura de paz na escola e em toda a sociedade.