Desde que reabriu o Parque da Matinha, a prefeitura de Itapetinga tem transformado o zoológico em uma potente ferramenta de educação, conservação e preservação ambiental. Além disso, tem feito do parque um importante espaço de estudo e pesquisa.
Nesta quarta-feira, 23, a parceria firmada com a Uesb resultou em mais um avanço no conhecimento sobre as espécimes e a técnica adequada para seu manejo. O parque da Matinha encaminhou um casal de avestruz para o setor de silvestres da universidade para o processo de reprodução. De acordo com o veterinário Gerson Noberto, “Existe uma composição de grupo familiar ideal para uma reprodução natural de avestruzes que normalmente é a composição de dois machos e um harém de fêmeas. Por isso, o casal de avestruz da Matinha seguiu para Uesb, onde conviverão com um outro macho para compor esse grupo mais competitivo, o que viabiliza a reprodução desses animais”, explicou.
O avestruz é um animal exótico e, neste caso, a reprodução não se dará com o principal objetivo de conservação, já que ele não faz parte da nossa fauna, mas como fonte de estudo e pesquisa, para entender o processo, desde a postura dos ovos, a eclosão e o manejo dos filhotes. “Ao entender como se faz isso, a gente domina a técnica e pode aplicar em outras aves nativas como a ema ou as araras”, disse Gerson.
De acordo com o professor da Uesb, Dimas Santos, essas áreas práticas e pesquisas servem, também, como suporte didático para os cursos de biologia e zootecnia, por exemplo.
O Parque da Matinha tem proporcionado a reprodução de inúmeras espécies em extinção. Nesta semana, a equipe comemorou a chegada de um filhote de bugiu, um primata brasileiro ameaçado de extinção que deverá ser encaminhado para a soltura em breve. Isso é o resultado de um processo que presa pela qualidade da alimentação, pelo manejo e bem-estar dos animais.
As parcerias firmadas com a Uesb e outras instituições buscam ainda realizar ações mais amplas. “Há a ideia de trabalhar a parceria de avaliação de biomas. A gente tem tido reuniões para tratar de parcerias efetivas no sentido de atuar na conservação não só dos animais, como dos biomas, das questões relacionadas à agua, ao solo”, explicou o professor Dimas Santos.
“Quando a gente fala em recuperar uma nascente, criar uma área de soltura, criar um pequeno corredor ecológico para que a fauna transite, a gente quer criar um verdadeiro cinturão verde que sustente o município, garantindo água, garantindo qualidade do ar”, completou Gerson, ao afirmar que um meio ambiente equilibrado é capaz, inclusive, de fomentar o desenvolvimento ao garantir água e maior qualidade de solo para a agropecuária, por exemplo.
“Para nós é muito importante. Unir esforços para a gente enfrentar os desafios que é a conservação e a preservação ambiental”, concluiu, Dimas.