Na manhã desta quinta-feira, 27, a prefeitura de Itapetinga recebeu e-mail da Promotoria de Justiça com um comunicado sobre a instauração de um procedimento administrativo a fim de acompanhar as ações municipais referentes ao programa nacional de imunizações.
Como afirmou matéria do Ministério Público divulgada antes da notificação oficial feita ao executivo, em 2021, o município registrou apenas 19% de imunização com a vacina da BCG.
A queda da cobertura vacinal, que vem acontecendo em todo o país, é, sem dúvida, um dos desafios que precisam ser vencidos pela saúde pública, principalmente, após dois anos de pandemia. Pensando nisso, o município de Itapetinga já vem criando ações de conscientizações em postos de saúde e através de agentes comunitários. O resultado já pode ser notado no aumento desses índices. Até julho de 2022, o município havia imunizado 56,84%, valor três vezes superior ao divulgado.
De fato, o índice ainda não atingiu o esperado e isso deve-se a uma série de fatores que vão além das ações municipais. Em julho, a secretaria municipal recebeu uma recomendação do Ministério da Saúde para racionamento de vacinas de BCG porque os imunizantes não seriam mais enviados para a cidade neste ano. Por isso, a prefeitura criou uma estratégia de vacinação nos postos, não mais nos hospitais, com data pré-determinada, para evitar o desperdício de doses não utilizadas. Um frasco da vacina BCG contém dez doses. Se esse frasco é aberto no hospital para imunizar dois recém-nascidos, por exemplo, são descartadas, após 6h, oito doses.
Além disso, a notificação de imunizados contém distorções uma vez que as gestantes itapetinguenses de alto risco são reguladas para partos em Vitória da Conquista e seus bebês imunizados naquele município. Assim, as crianças são registradas em Itapetinga, mas sua vacinação é registrada em Vitória da Conquista, o que causa uma subnotificação.
A prefeitura de Itapetinga vem trabalhando com buscas ativas, eventos lúdicos, vacinações extramuros em escolas municipais e campanhas educativas para garantir a imunização completa da sua população. Na última campanha contra a poliomielite, por exemplo, o município registrou 72% de vacinação do público alvo, valor acima do índice nacional. O trabalho tem resultado em uma cobertura cada vez maior, mas muito ainda precisa ser feito, em todo o país, para voltarmos a atingir os índices ideais.